Como anda a cultura democrática brasileira?

 

Conheça o Projeto Rotas da Cidadania, uma iniciativa construída com mais de 30 organizações e especialistas do Brasil.

Ao longo de 2021, o projeto Rotas para Cidadania, realizado pelo Instituto Votorantim, em parceria com o Instituto Sivis, fomentou a construção de um diagnóstico sistêmico e compartilhado entre diferentes organizações e especialistas da sociedade brasileira sobre os desafios e as oportunidades para o fortalecimento da cultura democrática nacional. Essa jornada buscou tanto dialogar sobre as causas-raízes dos problemas da nossa cultura democrática quanto identificar oportunidades para o fortalecimento dessa cultura.

Para tanto, o projeto contou com a participação de mais de 30 organizações e especialistas de todo o Brasil. A metodologia utilizada foi a da Prática Sistêmica, haja vista que o fortalecimento da cultura democrática pode ser entendido como um desafio de natureza sistêmica, na medida em que envolve um conjunto amplo de variáveis sociais, políticas e culturais, entre outras. Assim, torna-se útil lançar mão de metodologias capazes de explorar as interconexões entre diferentes campos do conhecimento. Foram realizadas 74 entrevistas e 10 oficinas ao longo do processo de construção desse diagnóstico, que se configura como um excelente ponto de partida para a reflexão e o desenho de estratégias focadas no futuro da democracia brasileira.

Os principais produtos dessa iniciativa são o mapa sistêmico, um esquema visual que representa as dinâmicas existentes no Brasil que foram consideradas mais relevantes pelos participantes para compreender a cultura democrática brasileira, e, as áreas de atuação para a mudança do diagnóstico.

O mapa sistêmico pode ser conferido por aqui, nele você irá encontrar os principais temas e dinâmicas que explicam a cultura democrática brasileira de hoje. O mapa é dividido em 9 ciclos e parte de uma história central, que serve como o elo que conecta todos os demais ciclos do mapa.

A cultura democrática brasileira contemporânea pode ser mais bem compreendida a partir de um olhar para três ciclos que se retroalimentam: (1) o ciclo 1, denominado “Apropriação do espaço cívico”; (2) o ciclo 2, denominado “Os limites à consolidação da cidadania no Brasil”; (3) o ciclo 3, denominado “As múltiplas crises da democracia brasileira. Nesse contexto, sinteticamente, esses ciclos se conectam da seguinte forma: a naturalização do espaço cívico como o lugar para o exercício de interesses particulares de grupos poderosos debilita a eficácia das instituições democráticas. Com tais instituições debilitadas, dificulta-se a prática da cidadania no país. Esse descompasso engendra um sentimento de desconfiança em relação à capacidade das instituições de darem conta de nossos desafios coletivos, especialmente em momentos de crise, o que reitera os problemas estruturais do país e reinicia os ciclos.

Diante de tal cenário, os participantes priorizaram algumas alavancas, que uma vez afetadas têm o potencial de mudar o sistema de forma positiva:

  1. Reinvenção cidadã: contemplando forças relacionadas com o processo de formação, teórica e prática, dos cidadãos brasileiros, bem como com a qualidade de seu consumo de informação nas mídias.
  2. Entretenimento cívico: Os baixos níveis de apoio à democracia e a descrença em seus benefícios e suas virtudes estão na origem do problema que consolidou essa alavanca, que pretende promover as qualidades do sistema por meio de cultura de massa, ou seja, de entretenimento.
  3. Representação e desigualdade: A desesperança com a política concluiu que a política no Brasil está relacionada com a percepção de que há uma desconexão dos partidos em relação às necessidades e anseios da população. 
  4. Transbordamento do associativismo religioso: Os baixos níveis de participação e associação do brasileiro, identificados nas discussões, refletem-se na fragilidade dos valores comunitários, algo fundamental para a cidadania e a sua prática. Uma oportunidade de reverter essa situação pode estar nas entidades religiosas.
  5. Liberdade de expressão e polarização: A intolerância com opiniões divergentes, que diminuem as possibilidades de diálogo, e a polarização intensa também foram levantadas como fraquezas que devem ser trabalhadas para o fortalecimento da cultura democrática.

A partir desse projeto, o Instituto Sivis atuará em algumas alavancas, juntamente com outros parceiros, para o fortalecimento da cultura democrática. Não perca as próximas novidades, assine nosso newsletter.

Para saber mais sobre os resultados do Projeto, acesse o site.

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